Esta é mais uma história inspiradora que o As Carolinas ouviu 

Em julho, o estado de São Paulo chegou ao seu quarto mês da quarentena determinada pelo governo paulista, como uma das medidas de combate ao novo coronavírus (Covid-19). Dentro desse período de isolamento social muitas profissionais, donas de seu próprio negócio, tiveram que interromper suas atividades e serviços, e se depararam com um grande desafio: desistir ou inovar?


Em uma pesquisa realizada pelo Sebrae, entre os meses de março e abril, dos 17 milhões de pequenos negócios que existem no Brasil, 58% pararam suas atividades temporariamente, devido a pandemia do novo coronavírus. Outros 31% se reinventaram para continuar funcionando.


Foi o caso da consultora de beleza Palloma Mina, que entrou em desespero ao ver os boletos e as faturas chegando, mas a conta bancária zerada. “Vou ser sincera, eu pensei que fosse quebrar! Por mais que eu entendesse e respeitasse o isolamento social, sempre atendi as minhas clientes pessoalmente antes da pandemia. Do teste da cor da base, passando pela demonstração de itens de cuidados com a pele à apresentação das fragrâncias: tudo era junto com o cliente. Mais do que vender cosméticos, eu presto uma consultoria baseada na experiência do cliente com o produto”, disse a consultora.


Além de trabalhar no ramo de beleza há seis anos, Palloma também é jornalista. Ela contou para o As Carolinas que até mesmo as oportunidades na área de comunicação foram perdidas, por causa da quarentena. Isto, somado às quedas nas vendas dos produtos, a  deixou com dúvidas sobre qual passo deveria tomar para sair do ‘vermelho’. Questionada se pensou em desistir, disse: “Sou mulher, desistir não costuma ser uma opção. Eu pensei em fazer coisas novas, como vender doce ou marmita, mas eu não sei cozinhar e teria que começar do zero”. 


Mesmo antes da pandemia, os empreendedores brasileiros já enfrentavam o desafio de inovar e desenvolver novos produtos e serviços para seus clientes. Consequentemente, durante o período de isolamento social, a necessidade de transformar-se virou prioridade. 


Organizações que prestam consultorias para empreendedores alertam que a pandemia não promoveu apenas o distanciamento das pessoas, mas mudou a forma de se relacionar: o famoso “novo normal”. Por isso é preciso ter foco, estar apto a compreender a mudança, fazer adaptações em seus produtos, na forma de atendimento ao cliente, e principalmente, na gestão de equipe. 


Segundo a consultora Palloma, seu ponto de partida para a inovação veio do apoio dado pela multinacional de cosméticos onde ela atua.  Foi criada uma rede de apoio para as consultoras e diretoras, que com o expertise para vendas, começaram a testar novos formatos de contato com o cliente. A empresa também disponibilizou ferramentas de geolocalização e um site profissional gratuito. “Este acolhimento que me fez virar a chave. A partir daí, eu comecei a fazer contato com as minhas clientes e adaptei a minha rotina de trabalho para o digital”, completou.


Este novo formato de atendimento ao cliente gerou resultados positivos, como a entrada de clientes, economia de tempo e custo com transporte e alimentação. 


Mesmo com o retorno das rotinas sem o isolamento social, Palloma irá manter o atendimento digital. “As clientes se adaptaram, algumas falam que se sentem como blogueiras abrindo os seus recebidos, por mais que sejam pagos. Sem contar que, com a economia dos gastos de deslocamento e alimentação na rua, eu consegui criar um sistema de desconto para as clientes fiéis”, finalizou.


Palloma Mina, jornalista e consultora de beleza independente Mary Kay.



Valéria Ferreira